MENINO EU VI...
Encontramos no dia da dia com personalidades inusitadas, Fulgêncio Abacaxi era uma das mais gozadas do meu imaginário.
Ele era de uma sapiência pai d’égua, pois sempre tinha um dito, uma frase zombeteira que nos levava às alturas!
Certa vez, ele caminhava tranqüilamente por uma calçada, quando avistou o seu compadre
Zé Cajazeira trocando as pernas:- tinha tomado todas!
Sei que o Amigo Leitor(a) está se indagando dos epítetos Abacaxi e Cajazeira, mas acontece que no sertão nordestino, as pessoas tomam como sobrenome a fruta que vendem para sobreviver.
Mas, volvemos aos nossos personagens que neste encontro inusitado, após longo abraço, trocaram algumas palavras de elogios e felicitaram-se por estarem no Rio de Janeiro, como prova da grande vitória, do triunfo alcançado, após o martírio da feira livre em Garanhuns.
Aliás, lembraram que o Zé Peixe Seco, não tivera tal sorte, pois acabou morrendo na ponta da peixeira de um jagunço do Coroné Balduíno das Cabras.
- Também, foi se engraçar com uma cabritinha do coroné! Disse cheio de si Fulgêncio Abacaxi com sua empáfia de dono de três biroscas no Rio das Pedras, bem no coração da Barra da Tijuca.
- É, morreu ! Disse constrito o nosso Cajazeira.
Abacaxi, convertido a pouco para o Evangelho, percebendo que o compadre estava mas pra lá do que pra cá, ensaia um sermão para o trôpego bebum :
De acordo com os mandamentos o Homi tem que ter tenência sobre o corpo, pois a vida é para ser vivida de acordo com as leis do Divino.
Devemos zelar pelo corpo, pois ele é o pão da vida espiritual. Nele fica o sopro de Deus, portanto caro compadre, você tá indo de encontro às palavras do N. Senhor!
Você tem que dominar o Creca, o Coisa Ruim que te impurra para a bebida. Ele toma conta de sua alma aflita e você vai padecer num inferno só!
Cajazeira, como todo bebum que se preza, concorda com tudo que o cabra da peste vai lhe descrevendo, quanto à entrada de sua alma nos infernos nunca imaginados por Dante. Mas Abacaxi com toda a ênfase vai descrevendo os horrores que passaria o nosso assustado ouvinte.
Depois de longa explanação, Abacaxi procurava falar cada vez mais enrolado, mais bonito, pois o momento pedia que ele demonstrasse toda a sua cultura adquirida no convívio letrado de sua igreja. Soltou esta pérola:
“Meu compadre, se tudo que eu disse Você não acreditar, lembre-se do velho ditado de que o orifício circular corrugado, localizado na parte ínfero-lombar da região glútea de um indivíduo em alto grau etílico, deixa de estar em consonância com os ditames referentes ao direito individual de propriedade. ·Em bom português: C. de bêbado não tem dono!”.
Meninos eu vi...
Luiz Diniz de Castro Gomes
Diretor Comercial
JNC TRANSPORTE
luizdiniz@wnetrj.com.br
www.jnctransporte.com.br
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